sábado, 24 de abril de 2010

je ne sais pas,je suis perdu.

Caminhando pela rua,enquanto algumas gotas,vestígio da chuva da noite anterior,ainda pingavam das árvores,a consiencia pesava,mais que a mala cheia de lembranças e desapegos,que se situava no lado esquerdo do seu peito.As palavras que antes expressavam tão bem o que se sentia,o que se queria,pelo o que se lutava,agora eram vazias,limitadas nos seus próprios significados,fazendo da ambiguidade,uma grande piada.E sem palavras,o silêncio ofuscava sua voz,e tomava conta de seus dias,de seus pensamentos,se perder entre devaneios sobre os estranhos que vem e que vão,porém de certa forma ficam,o acaso sempre persiste em unir os desavisados,mas tendo em mente a indiferença,a perplexidade inexiste,fazendo de todo o dia,o mesmo dia de sempre.
Seguindo por algumas esquinas movimentadas,contrastando com as travessas quase que inabitadas,estava quase no seu alvo de desejo,a inconstancia de vontades,fazia da heisitação uma lei,e do avanço uma dor, uma dor necessária,uma aceitação do ínicio do fim,enquanto descia uma lomba familiar,sentia cair também suas esperanças,seus risos desesperados se desprendiam e caiam de seus bolsos,e nada podia ser feito,pelo menos era assim que parecia a vida,um beco sem saída.
As pessoas tão entertidas com seus celulares,seus amantes,seus planos,reais,que iriam se tornar uma rotina amanhã ou daqui algum tempo,e iriam ser só mais alguma coisa qualquer,a qual se esquece que se almejou tanto,será que se davam conta daquele vazio ? Que não era preenchido com café,com cigarros,com alcool ou um filme bom,não sei,talvez estivessemos todos indo ao mesmo lugar sem nos darmos conta.
Então chegando no local,ao olhar a paisagem por cima,no viaduto,mais perto do céu,do que as pessoas distraídas na calçada,mirando o melhor ângulo para tal espetáculo,o melhor enquadramento para o fim,quase se posicionando de maneira perigosa,a ponto de chamar a atenção de outras pessoas,lhe veio uma garotinha ao seu lado,de tez branca e olhos azuis grandes e expressivos,ele perguntou o que ela queria,naquele momento,ela precisava ir embora para o grande feito,ela olhou para o céu,e lhe disse - Je ne sais pas,je suis perdu. e correu para os braços de uma mulher que parecia ser a projeção do que ela viria a ser daqui uns anos,e sem compreender porra nenhuma do que a garota tinha dito,tudo foi por agua a baixo,naquelas palavras incompreenssíveis,totalmente sem significado para seu conhecimento desbotado,ele encontrou uma conciliação entre as palavras abstratas,e seus sentimentos sem nome,e conseguiu achar um caminho mais fácil para casa,sem pegar ônibus,e não para o fim.

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