sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vulneravelmente vulnerável

19:15


Hoje é uma sexta-feira,a última de maio,não que eu ligue para cada último dia da semana de cada mês,mesmo eu pensando em coisas desprovidas de importância,essa é uma das coisas que quase nunca noto,a não ser por hoje,e nem ao menos existe um porque,só lembrei,e nesses momentos,em que penso no último,no irreversível,como odeio essa palavra,e talvez indiretamente eu odeio o tempo,e talvez eu não odeie,talvez seja só um incomodo passageiro por algo que eu tenho que me moldar,mas será essa ânsia,um sufuco de fim de tarde,uma falta de ar causada por algo maior que as pareder brancas que estão sempre aqui em volta,maior que o concreto e as grades que nos prendem,maior que o vidro que encostamos nossa cabeça no ônibus,em um fim de tarde cansativo,maior que tudo isso,e ao mesmo tempo não é visto,nos prende de uma forma monstruosa sem as vezes nos darmos conta,não tem como se proteger,não tem como escapar,aceitar ? talvez,esquecer? possivelmente,e é isso,eu tenho pensado constantemente,se aproveitei cada pedacinho até agora,se eu tivesse mais iniciativas,ah,mas daí sempre caimos no se tivessemos feito,no pretérito imperfeito que sempre nos assombra,nessas conclusões indefinadas,sobre qualquer questionamento sobre a vida que se leva,e então decaio no meu clichê,na mesmice dessa última sexta-feira,na mesmice de todos os fins de tarde,e me concentro para conseguir um quê de impulso,mas as coisas só parecem claras e visíveis,depois que passaram,enquanto elas estão aqui,nem notamos.mas então,dizem que o tempo cura,mas e se ele for a doença ?

domingo, 23 de maio de 2010

GHOST WORLD




Os domingos sempre entediantes, me forçam a uma rotina previsível e inevitável, fruto da minha preguiça crônica de viver a realidade.
Pensando em filmes,vi que esse ano comparado a 2009,minha lista diminui drasticamente, o que antes era tão importante, ver filmes, ter filmes, até isso se desgastou um pouco ,mas, dos poucos filmes que vi esse ano, Ghost world (Mundo cão,tradução maravilhosa,como de costume)foi o que mais me fez refletir, talvez o filme que mais me apeguei por ora, pois ele simplesmente aborda os pontos principais de preocupação e angústia que ando tendo nesse ano, sem contar as características talvez um pouco bizarras que tenho em comum com certos personagens, e o mais legal é saber que o filme é baseado em uma história de quadrinhos underground americana, simplesmente genial.ok,ok,a história...

São duas garotas,Enid e Rebecca,que ao terminar o ensino médio,vem que todas as expectivas mesmo que pessimistas de vida,são bem piores do que elas pensavam.
tá,parece ser um drama-juvenil qualquer,se não fosse pelas pecularidades e detalhes quase que embutidos a cada pedacinho de cena,com diálogos de humor ácido e irônico,talvez até ultrapassando a genialidade e coerência de juno,se tratando da formação de piadas e trocadilhos provenientes de um humor negro.
Mas enfim,elas compartilham de alguns mesmos hábitos estranhos,como de perseguir pessoas estranhas na rua,admito que há dois anos isso era uma rotina,tenho até um post que relata uma das melhores perseguições que fiz,de uma das pessoas mais esquisitas que já vi.
Só que ao sair do ensino médio,elas precisam trabalhar,se querem sair de casa,precisam se adequar as regras, aos caprichos das outras pessoas, e Enid simplesmente não consegue, enquando Rebecca começa a trabalhar, se infiltrar nos modos, na massa ao qual inevitavelmente vamos fazer parte querendo ou não, e Enid entra em uma crise, pois ela não se adequa, e é bom ressaltar o relacionamento bizarro que ela nutre com um colecionador de discos de vinil fracassado,é surreal,ela simplesmente se vê em um abismo,e realmente gostaria de sumir...
O filme dá uma reviravolta beirando o sobrenatural,e atráves de uma metáfora fantástica ele demonstra um final ambíguo,os pessimistas verão de uma forma,e os otimistas de outra,obviamente não há dúvidas de qual visão eu tive.

sábado, 22 de maio de 2010

A coisa tá ficando preta,o céu já vai perdendo o azul...


Suspiro,entre as pausas livrementes cometidas pelas pessoas,nas palavras que mais parecem sair de um gravador milenar, de frases ensaiadas de sempre, para ser usadas para qualquer um.

Me surpreendo com qualquer bobagem,com o previsível que eu esqueci de cometer,e outrora fora tão comum, sendo agora a surpresa diária.

Comecei a pôr espaço depois da vírgula, mas a subjetividade é difícil de se deixar,as pessoas já são deveras objetivas por si mesmas e comigo,é sempre melhor se manter afastado.A subjetividade prevalece,o espaço depois da vírgula aos poucos se torna um hábito,assim como o hábito de reclamar,assim como o hábito de escovar os dentes apressadamente em vão.pois nunca tem nada para fazer depois.

É difícil fazer uma corrente de pensamentos coerentes e chegar a uma conclusão satisfátoria, que dê a sensação de conforto e bem estar, diante de nós mesmos, a confusão escolhe cenas,falas, e assuntos tão aleatórios, que mesmo benéficos a minha memória, burbulham em uma euforia desnecessária de nostálgia e engano.

Continuo com uma passividade contraditória, com uma obstinação ao nada, com um desespero oscilante, entre risos e lágrimas.e não tem como filtrar para isso ou aquilo,não tem como ir para lá ou para ali,ser triste ou feliz,querer ou não querer,a gente vai sem perceber,e nem vê por onde já percorreu,e quando quer o que não consegue,é por que teve simplesmente,e não complicadamente.

E meu caro ninguém, confesso que tive que olhar todo o texto antes de publicar a postagem, pois não coloquei o espaço depois de todas as vírgulas, por que não é um hábito, é só um capricho, para a mudança transparecer mesmo sem existir.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estranhos desentendidos

Umidade é algo que faz tudo deslizar com mais peso e sebo,torna os hábitos pegajosos e me irrita com uma facilidade que até não disponho de palavras certas para descrever,tamanha minha adversidade com essa caracteristica que o ar muitas vezes,infelizmente tem.
Minha situação precária diante dos pequenos fatos cotidianos tem me dado um certo desdém perante os outros,um desdém com a própria vida,com aqueles risinhos toscos de esquina,com aqueles assuntos que vão a lugar nenhum,como se algum por esses dias fosse em algum lugar,a comunicação pode não ser o principal problema de um ser humano quanto a sua ausência,mas a falta de comunicação consigo mesmo é um problema a se questionar,e eu realmente não ligo mais os canais que fariam alguma harmonia interna dentro de mim mesma,e isso transparece,transparece tanto,e sei lá,ando afastando,afastando e quando vê foi...mas ainda existem notas,pessoas,filmes,recuperarei e ganharei humor.

Hoje fui tão grossa com uma estranha na rua,quase 12 horas depois me bateu um remórsio,eu estava atravessando a oswaldo a base de chuva,meu guarda-chuva em meio a ventania surpresa fez uma manobra radical e quebrou de uma maneira que um dos pedaços dele bateu na minha cabeça,e eu senti tanto ódio desse desastre desimportante,enfim,alguns segundos depois uma mulher de meia idade parou ao meu lado,e em meio toda aquele clima apocaliptico de chuva crescente e pânico pelas ruas,ela me disse,-"o tempo tá feio né ? com um sorriso no rosto.com um puta sorriso no rosto diante daquele caos urbano misturado com meu descontentamento com tudo isso e um pouco mais,e eu disse,é,ele reflete como nós somos por dentro.(?)
ela foi simpática,eu disse algo nada a ver,não tá fluindo,minha sintonia com a humanidade de uma maneira geral,sofreu um eventual abalo.
Não sou supersticiosa,mas acho que tais fatos não relatados e relatados recheados de desvios de lógica e sorte,tem algo a ver com uma escada,que passei embaixo,distraidamente,em meados de fevereiro. é,temos que nos agarrar em motivos plausíveis,e quando não há,temos que inventar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Uma saudade? De quando crescer parecia ser algo bom.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Quando eu tinha algo como meia década de existencia,talvez com quase certeza um pouquinho mais,minha vó comprou uma torradeira,aquelas quais a torrada pula,igual aos desenhos animados,ou os seriados americanos de famílias equilibradas,de tez vermelha ao qual os sorrisos irritantes preencheram muita das nossas tardes,mas o que mais me interessou,foi a caixa de papelão,ao qual veio a já então tão esperada torradeira,minha vó nunca gostou de lixo,então logo a caixa iria embora do nosso pequeno apartamento entediante,mas eu e meu vô resgatamos ela desse adeus desnecessário a nós,e eu fiz uma filmadora com aquela caixa,cortei uma lateral fazendo um furo,e a outra fazendo um quadrado torto,quase rasgando ela e pondo todo plano a perder,colei com fita crepe umas tampas de coca-cola,seriam os botões,e a caixa aos poucos foi ficando cheia de fica crepe e durex,pois ela se rasgava,meu vô fez uns furos nas laterais maiores,e colocou um cadarço,assim eu andava com ela na rua,pendurada no pescoço,ou então segurando ela e filmando as coisas que não queria esquecer,mas que agora não dou nem um palpite do que seriam,pois não lembro.simplesmente não lembro,mas lembro do seu processo de criação,da minha vó reclamando da sujeira e dos pedaços de papeis no chão,e do meu vô rindo e fazendo de minha camera,algo inovador e realmente divertido,a memória não me falha na criação dela,nem na certeza de sua existencia,mas ao poucos,ela sumiu da minha vida,foi guardada em um canto,rasgando cada vez de forma mais destrutiva,os cadarços ficaram sujos,a lente que não existia,não moldava mais as paisagens da ida até a padaria,ou a pracinha cheia de crianças gritonas,e que fim ela levou ? Eu realmente não lembro a última vez que brinquei com ela,ela foi sumindo,porém sem ter um fim permamente,pois eu não lembro,então talvez essa lente invísvel,esteja filtrando minha realidade pacata até agora...
Eu penso,se nossos anseios quando criança,desejos,inspirações,conseguem durar até um longo tempo depois,mesmo uns dez anos depois de ter uma filmadora de papelão,agora ganharei uma de verdade,com uma lente que existe,com algo a mais,que fará eu lembrar das coisas que eu olhei atraves de sua lente existente,e eu penso,se lembrarei do fim dela,já que agora nesse exato momento,já lembro de um íncio que ela ainda não teve.
Acho que os fins nunca me fizeram bem,pensar no nunca mais,embora nunca e sempre sejam um clichê tão forte,mas tão desbotado ao mesmo tempo,sempre apertam meu coração e fazem algo se entalar na minha garganta,iguao a cena tragicomica,em que tendo um ataque de riso,me engasguei e comecei a chorar sem parar,loucura ? surto ? Acho que não,o riso está para o choro,assim como a euforia para a tristeza.

domingo, 2 de maio de 2010

Sabe,precisamos conversar.eu sempre ouço as palavras não ditas,e as considero as mais importantes e dignas de total realidade,heisitando loucamente em ouvir as palavras que realmente responderiam meus questionamentos travados,e isso faz eu viver no mundo das possibilidades,ao qual nada faço,só espero,e tem sido assim a tanto tempo,que só agora me dei conta,do quanto isso me faz mal.
Será que no próximo capítulo conseguirei exceder minhas expectativas ?
Hoje acho que não,afinal,é domingo e já tive uma reação esperada,mas que no domingo dói mais,do que nos outros dia da semana.

sábado, 1 de maio de 2010

É amanhã...

Domingo,o dia de amanhã se denomina domingo,e há muito tempo,essa palavra de três silabas assombra meu vocabulário precário,e eu nervosamente,penso no quanto seria bom a inexistencia de seu nome,nos dia da semana.
Talvez seja apenas um equívoco,para outras coisas,as vezes tenho pena do domingo.não é culpa dele em si,de exibirem a mil anos o faustão,e aquela angústia nos atingir até o fim de nossas entranhas,pertubando nossa distração e conforto,mas infelizmente,a culpa decaí a ele,e se torna um dia inevitavelmente odiado.
Aos domingos,eu levanto,sigo uma rotina dominical,melancolica salientada pelo marasmo que paira sobre todos os lugares que vou,no sábado eu posso ter sido ignorada,mas no domingo,isso é pior
na sexta posso ter sido menosprezada,mas no domingo é pior,na quinta posso ter sido confundida e desorientada,mas no domingo,ah no domingo isso seria muito pior,por que é o primeiro dia da semana,embora não pareça,e a ligação perigosissíma com a segunda,dói nos nossos afazeres,quase nunca feito a tempo,e agora,eu penso,o que farei ?
Pois sei que amanhã,tudo isso acontecerá,como no ciclo da vida,algo já quase biológico,e não há muito o que fazer quanto a isso,e talvez,eu me conforme,as reclamações cesam depois de um tempo,e de tanto desconforto,nos acostumamos com uma dorzinha ali,um tapa acolá,e o pior de tudo é que sobrevivemos até a segunda-feira,para contarmos a história.