quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Questionamentos amontuados
Eu sigo caminhando pela rua, até quando não tenho aonde ir, eu caminho ínumeras vezes pela mesma quadra, eu tropeço na mesma calçada, eu vejo as mesmas pessoas,eu penso as mesmas coisas, eu ouço a mesma música que não deveria, eu tento não pisar nas linhas desenhadas no chão, olho para o céu, o sol tímido de um dia quase chuvoso ofusca meus pensamentos de se elevarem, as nuvens não contraem uma forma inspiradora, o vento abafa minha voz, as folhas secas envolvem meu paladar, a monotonia de caminhar atropela meus anseios, existe... existe um propósito ? As coincidências que outrora não se destacavam no punhado de acasos e mistificações, as coisas, o sólido dos momentos que jamais existirão, mas perduram na essência de existirem, para o amanhã ser mais confortável,qual o propósito ? todos os lugares que não estive,todos os lugares que estarei,os que vou abandonar, os que vou almejar até em vão desistir, os que para sempre serão meus,os que nunca foram mas vou fazer de conta que continuam, o nada que atravessa minhas entranhas nesse momento de angustia remoída,o tudo que pesa nos meus ombros,de noites mal dormidas, eu insisto,eu suplico,eu esqueço,mas insistentemente eu pergunto ao dobrar cada esquina familiar,com cheiros familiares de um fim de tarde qualquer de quase verão,eu pergunto...qual o propósito ?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário