terça-feira, 5 de outubro de 2010

Tempo de ir, não voltar

As árvores familiares, agora com a chegada da primavera, refletem um colorido tímido, enquanto encosto meu rosto no vidro do ônibus, ele treme invonluntariamente, não chega a ser uma dor, é uma falta de controle, existe tanto ar, existe tanto chão, por que é tão dificil respirar, por que é tão dificil sentir segurança, vem de repente, o controle se perde, por alguns segundos a sensação repugnante de ser o que se é, vem a tona, não há avisos, não há blefes, não há nada, e essa falta de respostas, essa limitação comovente entre a realidade e meus pensamentos, se torna pegajosa, se torna um estrago tão grande, eu sinto falta, não sei se o que lembro é real ou não, eu me sinto culpada, não sei se é real ou não, o que eu fiz, o que eu faria, o que eu vou fazer ?
uma asfixia mental,não consigo mais enxergar, as árvores estão distantes, meu rosto perdura uma expressão ápatica,mereço alguns tapas ? precisamos estar tão distantes assim...para encontrarmos a nós mesmos ? deito meu rosto na fria sacada, fito os prédios alucinada,a procura de um ninguém, que sem perceber encontre meus olhos, mas essas coisas não acontecem, estar só, sozinho, solidão, não é tão ruim,quando temos a nós mesmos, mas perdemos, por segundos, em vulnerabilidades, em terceiros, em quatrúplos, nos perdemos até ao nada,e dói tanto, dói, são cicatrizes finitas, mas que nunca se fecham ? é dessa contradição, que penso na minha vida, como um ontem mal resolvido.

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