segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Modernidade obsoleta

Então...então...ENTÃO !
Sua vida percorre o mesmo caminho linear todos os dias, o cheiro de novidade agora estremece suas narinas irritadas como um cheiro desprezível de velharias emocionais, pelo seu caminho rotineiro reconhece até mesmo os carros que param na sinaleira no mesmo instante em que no mesmo horário meticulosamente atravessa a rua com infelizmente o dever de não ser atropelado e morto.
O que seria um fato bem mais interessante do que terem esquecido a maionese no seu gorduroso xis das sete da tarde...
O amor da sua vida lhe aguentou por 98 dias,alguns minutos e até os segundos foram dolorosos, a cultura pop influenciou tanto seu destino, que aquele buquê de flores brega foi comprado inconscientemente, e o eu te amo saiu sem querer, logo depois de um arroto disfarçado.
O maior problema sempre foi a instabilidade cósmica que existe além da matéria e de nossa burrice crônica, o equilíbrio efêmero entre duas pessoas nada mais é, que uma gangorra arrumada desajeitadamente por uma criança querendo deixar os dois lados na mesma altura, em algum milésimo de segundo uma parte vai cair, e vai ser a sua, na verdade essa afirmação se adequa a todos seres humanos, por que mesmo caindo da gangorra saimos correndo para a próxima...a caracteristica comum entre os seres humanos, não deveria ser que todos são mamíferos, e sim masoquistas emocionais, e na pior das hipóteses sado-masoquistas, mas existem vertentes da espécie que acham isso agradável...
Mas enfim, as conclusões cotidianas sobre nossos grandes feitos desprezados, são indviduais e quando compartilhadas geralmente arrancam diálogos monossilábicos e sem graça, que tiram nossa epifania do patamar grandioso e nós achamos medíocres e mais humanos que o normal.
O problema de se relacionar, sempre foi e sempre será a falha na comunicação, quantos mais meios de comunicação existem, mas fugimos da verdade entre nossos pensamentos e o que vomitamos para tudo que é lado, algo que chamamos de verdades, as cartas nos inspiram a sermos poéticos e adoráveis, mas a digitação a sermos frenéticos e práticos, há quem goste, em certos momentos é conveniente, assim como tudo, inclusive um homícidio...nunca se sabe, mas a sensação de nos limitarmos por conta própria a modernidade, é tão melódica como um violino desafinado,e é a música que mais tenho ouvido...

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