terça-feira, 18 de maio de 2010

Estranhos desentendidos

Umidade é algo que faz tudo deslizar com mais peso e sebo,torna os hábitos pegajosos e me irrita com uma facilidade que até não disponho de palavras certas para descrever,tamanha minha adversidade com essa caracteristica que o ar muitas vezes,infelizmente tem.
Minha situação precária diante dos pequenos fatos cotidianos tem me dado um certo desdém perante os outros,um desdém com a própria vida,com aqueles risinhos toscos de esquina,com aqueles assuntos que vão a lugar nenhum,como se algum por esses dias fosse em algum lugar,a comunicação pode não ser o principal problema de um ser humano quanto a sua ausência,mas a falta de comunicação consigo mesmo é um problema a se questionar,e eu realmente não ligo mais os canais que fariam alguma harmonia interna dentro de mim mesma,e isso transparece,transparece tanto,e sei lá,ando afastando,afastando e quando vê foi...mas ainda existem notas,pessoas,filmes,recuperarei e ganharei humor.

Hoje fui tão grossa com uma estranha na rua,quase 12 horas depois me bateu um remórsio,eu estava atravessando a oswaldo a base de chuva,meu guarda-chuva em meio a ventania surpresa fez uma manobra radical e quebrou de uma maneira que um dos pedaços dele bateu na minha cabeça,e eu senti tanto ódio desse desastre desimportante,enfim,alguns segundos depois uma mulher de meia idade parou ao meu lado,e em meio toda aquele clima apocaliptico de chuva crescente e pânico pelas ruas,ela me disse,-"o tempo tá feio né ? com um sorriso no rosto.com um puta sorriso no rosto diante daquele caos urbano misturado com meu descontentamento com tudo isso e um pouco mais,e eu disse,é,ele reflete como nós somos por dentro.(?)
ela foi simpática,eu disse algo nada a ver,não tá fluindo,minha sintonia com a humanidade de uma maneira geral,sofreu um eventual abalo.
Não sou supersticiosa,mas acho que tais fatos não relatados e relatados recheados de desvios de lógica e sorte,tem algo a ver com uma escada,que passei embaixo,distraidamente,em meados de fevereiro. é,temos que nos agarrar em motivos plausíveis,e quando não há,temos que inventar.

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